BANCO TERÁ QUE RESTITUIR EM DOBRO VALORES COBRADOS INDEVIDAMENTE DE CLIENTE
A 22ª Câmara de Direito Privado de Tribunal de Justiça de São Paulo condenou instituição bancária a indenizar cliente por descontos indevidos em seu benefício previdenciário. Além de restituir em dobro os valores cobrados indevidamente, o banco também terá que pagar R$ 15 mil a título de danos morais.
Consta dos autos que a autora teve seus dados pessoais vinculados a dois contratos de empréstimo de forma indevida e que, ao entrar em contato com a instituição, recebeu a informação de que se tratava de equívoco que seria normalizado nas semanas seguintes, o que não aconteceu.
Para o relator designado, desembargador Roberto Mac Cracken, houve patente quebra do dever de boa-fé objetiva por parte do banco, o que impõe a necessidade de reparação do dano. “Poderia se admitir um equívoco operacional. Entretanto, a partir do momento em que a instituição é cientificada da ocorrência de fatos irregulares, o que não restou efetivamente impugnado, a má-fé da casa bancária exsurge de forma incontestável e não pode, com certeza, ser suportada pela ordem jurídica, merecendo o apenamento próprio, inerente à espécie. A autora, que já tem a notória dificuldade de sobreviver com um salário mínimo, ainda teve que suportar, por quase três anos, a redução de 20% em sua fonte de remuneração, o que, com certeza, causou redução das suas condições de subsistência e, por sua vez, prejuízo à sua dignidade humana.”
O julgamento se deu por maioria de votos e contou com a participação dos desembargadores Alberto Gosson e Sérgio Rui.
BATATAIS RECEBE VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, na quinta-feira (25) instalou a Vara do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Batatais. Na comarca há 37.608 processos em andamento (dados de julho/16) e a cidade conta com 60.589 habitantes, de acordo com estimativa do IBGE.
A Vara do Juizado Especial Cível e Criminal, sob a responsabilidade do juiz Fabio Marques Dias, que também acumula a função de diretor do fórum, tem a competência na área cível para conciliação, julgamento e execução de causas cujo valor não exceda 40 salários mínimos; na criminal, o julgamento de infrações penais de baixa gravidade.
A solenidade, com o Hino Nacional executado pela Banda da Polícia Militar, exaltou a importância da data. Segundo o juiz Fabio Marques Dias, primeiro a fazer uso da palavra, os batataenses são orgulhosos de sua naturalidade. E não é para menos, várias personalidades de destaque foram citadas pelo magistrado. De Cândido Portinari a presidente da República como Washington Luiz e o também conhecido Altino Arantes, alguns ali não nasceram, mas por muito ali viveram. O magistrado, que é nascido em Ribeirão Preto, rendeu-se aos encantos da cidade e da comarca. Em tom descontraído, porque seus laços com a cidade vêm da época de faculdade, já que seu melhor amigo era batataense, falou das pessoas que já passaram por Batatais e ressaltou a qualidade das que ali estavam, como por exemplo, os servidores do fórum.
Tal pensamento foi compartilhado pela conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo, Regina Maria Sabía Darini Leal, que representava o presidente da OAB SP, “nossa comarca é privilegiada porque os advogados daqui muito prestigiam o Judiciário e o inverso também acontece. Nossos funcionários são guerreiros”, disse a advogada que pleiteou a separação dos cartórios ou o envio de mais servidores para que a Justiça possa ser mais rápida.
Representando o procurador-geral de Justiça e o presidente da Associação Paulista do Ministério Público, o promotor Hilton Maurício de Araújo Filho, ressaltou a importância do juizado especial que “tem enorme importância para a efetiva consecução da Justiça, na medida em que – orientado pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade – tem como metas principais desafogar o Juízo Comum, propiciar o acesso mais direto e simplificado à Justiça, principalmente por parte das pessoas mais carentes, e oferecer aos litigantes uma resposta mais rápida por parte do Poder Judiciário. Nessa seara, talvez o grande desafio seja o aprimoramento dos sistemas de conciliação e de transação, o que certamente diminuiria ainda mais o tempo de tramitação das ações”.
O prefeito Eduardo Augusto Silva de Oliveira destacou a permanente parceria entre o município e o Judiciário e citou mais um batataense adotivo: o desembargador José Maria Simões de Vergueiro, que judicou na comarca e agora por ela muito trabalha.
Ao encerrar a cerimônia, o presidente Paulo Dimas também reverenciou os grandes cidadãos da cidade também na pessoa do desembargador José Maria Simões de Vergueiro já que ambos foram contemporâneos das ‘Arcadas’ e tanto um quanto o outro, até hoje, defendem a Justiça. “Amamos o que fazemos e até agora não nos esquecemos de nossos sonhos.”
À solenidade também estiveram presentes o coordenador da 39ª Circunscrição Judiciária – Batatais, desembargador José Maria Simões de Vergueiro; o defensor público, coordenador da Regional de Ribeirão Preto, Paulo Fernando de Andrade Giostri, representando o defensor público-geral; a primeira-dama de Batatais, Ana Cândida Oliveira; o juiz assessor do TJSP, chefe do Gabinete Civil, Fernando Figueiredo Bartoletti; o diretor da 6ª Região Administrativa Judiciária – Ribeirão Preto, juiz Luis Augusto Freire Teotônio; os magistrados de Batatais Adriana Aparecida de Carvalho Pedroso, Ewerton Meirelis Gonçalves, Maria Esther Chaves Gomes e Antônio José Papa Júnior; os promotores de Justiça de Batatais Alexandre Padilha e Eduardo Pereira de Souza Gomes; o presidente da Subseção da OAB de Batatais, Ricardo Mansur Venturoso; os juízes diretores José Rodrigues Arimatéa (fórum de Franca), Carolina Nunes Vieira (fórum de Brodowski), Ana Maria Fontes (fórum de Orlândia) e Daniele Regina de Souza Duarte (fórum de Sertãozinho); o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP, coronel PM Sérgio Ricardo Moretti; comandante do 15º BPM-I tenente coronel PM Marcelo Antonio Jerônimo de Melo; a comandante da 2ª Cia do 15º BPM-I, capitão PM Cláudia Regina Nunes Lança; magistrados, integrantes do Ministério Público, Defensoria Pública, OAB, civis , militares e servidores do Judiciário.
Acervo de Portinari – Passar por lá e não conhecer as obras de Portinari é como não conhecer Batatais. Na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde está o maior acervo de obras sacras do pintor Cândido Portinari (1903-1962) no mundo. O Batismo de Jesus, O Martírio de São Sebastião, A Transfiguração de Jesus, Nossa Senhora Aparecida e os Milagres e o conjunto da Via Sacra, São Bom Jesus da Cana Verde (Jesus e os Apóstolos), A Sagrada Família e Fuga para o Egito são algumas das obras de Portinari – são 28 telas expostas – que enobrecem a Igreja Matriz e atraem turistas dos mais diversos lugares do mundo, só para conhecer o trabalho do artista.
BOITUVA LANÇA PROJETO ‘MEU PADRINHO AMIGO’
Para resgatar o direito de convivência familiar de crianças e jovens em regime de acolhimento e oferecer a possibilidade de criarem laços afetivos, a Justiça de Boituva lançou, na última quinta-feira (21), o programa “Meu Padrinho Amigo”. O projeto tem a parceria da Prefeitura e do Conselho Municipal de Direito da Criança e do Adolescente.
Regulamentado por portaria da 2ª Vara de Boituva (baseada no Provimento nº 36/2014, da Corregedoria Geral da Justiça), o “Meu Padrinho Amigo” permite que pessoas com mais de 18 anos de idade se tornem um padrinho/madrinha e garantam experiências familiares, comunitárias e melhora na autoestima dos pequenos, geralmente crianças e adolescentes com vínculos familiares fragilizados ou rompidos e com remotas chances de adoção ou reintegração familiar. As atividades também incluem passeios fora do serviço de acolhimento.
A iniciativa conta também com mais três modalidades de apadrinhamento: financeiro, de serviços e material. Essas opções não exigem formação de vínculo com o padrinho, basta contato com o abrigo e fiscalização do juízo, Ministério Público e Conselho Municipal da Criança e do Adolescente.
Quem se interessar em ser padrinho afetivo deve procurar o serviço de acolhimento ou Setor Técnico do fórum, apresentar os documentos pessoais (inclusive certidão de distribuidor criminal) e aguardar entrevista para avaliação psicossocial. Psicólogos e assistentes sociais identificarão qual acolhido se encaixa no perfil do interessado, propondo o apadrinhamento. Todos os envolvidos participarão de oficinas de esclarecimento e receberão acompanhamento de uma equipe para construir e estreitar os laços afetivos de forma consciente e saudável.
A juíza da 2ª Vara Judicial de Boituva e coordenadora geral do programa, Heloísa Helena Franchi Nogueira Lucas, explica que carinho e amor são os itens que o candidato deve ter de sobra. “Espera-se que o apadrinhamento implique na melhora de autoestima e de rendimento escolar, ofereça oportunidade de conhecer outros ambientes e pessoas, assim como reduzir os danos provocados pela institucionalização. Ser um ‘Padrinho Amigo’ é doar dias melhores às crianças e adolescentes que vivem nos abrigos”, disse.
Mais informações sobre o programa no site www.meupadrinhoamigo.com.br
Solenidade – O lançamento do projeto aconteceu no Instituto Ação Cidadão e contou com apresentações musicais de crianças. Também houve um show de mágica, que deu forma a reflexões sobre ilusão e realidade, correlacionando-as com a situação das crianças. A cerimônia também contou com o depoimento de muitos participantes que já vivenciam o apadrinhamento afetivo na região.
Comunicação Social TJSP – AG (texto) / Comarca de Boituva (fotos)
CÂMARA DE PRESIDENTES JULGA 1.800 AGRAVOS
A Câmara de Presidentes do Tribunal de Justiça de São Paulo se reuniu hoje (24) para o julgamento de 1.800 recursos. Criada pelo Assento Regimental nº 397/2011, é composta pelo presidente do TJSP, pelo vice-presidente e pelos presidentes das seções. No caso de impedimento de um dos componentes, é convocado o decano.
Compete à Câmara julgar agravos regimentais propostos contra decisões que não admitem ou que declaram prejudicados recursos extraordinários e especiais. A reunião de hoje foi a última do ano e, consequentemente, da atual gestão.
Participaram o presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini; o vice-presidente, desembargador Eros Piceli; os presidentes das seções de Direito Público, Privado e Criminal, desembargadores Ricardo Mair Anafe, Artur Marques da Silva Filho e Geraldo Francisco Pinheiro Franco, respectivamente; e o decano do TJSP, desembargador José Damião Pinheiro Machado Cogan.
CAMPINAS E GUARULHOS RECEBEM VISITAS CORREICIONAIS
A Corregedoria Geral da Justiça realizou visitas correicionais em Campinas e Guarulhos. Na última sexta-feira (27), os juízes assessores André Carvalho e Silva de Almeida, Benedito Roberto Garcia Pozzer, Rodrigo Marzola Colombini e Maria de Fátima dos Santos Gomes Muniz de Oliveira estiveram nas varas de Execuções Criminais (VECs) de Campinas e no Departamento Estadual de Execução Criminal (Deecrim) da 4ª Região Administrativa Judiciária.
A equipe da CGJ se reuniu com os magistrados das unidades, informando-se sobre a situação dos cartórios, andamento dos processos e dificuldades enfrentadas pelas unidades. As VECs e Deecrims são responsáveis pelo acompanhamento do cumprimento de penas dos sentenciados.
Hoje (3) o corregedor-geral da Justiça, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, visitou as varas da Fazenda Pública de Guarulhos, acompanhado dos juízes assessores Marco Fábio Morsello, Airton Pinheiro de Castro, Rodrigo Marzola Colombini, Fabio Coimbra Junqueira, Maria Rita Rebello Pinho e Renato Lousano Hasegawa.
O desembargador colocou a Corregedoria à disposição para, em conjunto com a Presidência do Tribunal de Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Municipalidade, realizar uma força-tarefa para melhorias nas unidades e reduzir a quantidade de ações de execução fiscal. Os juízes de Guarulhos Lincoln Antonio Andrade de Moura (diretor do fórum), José Roberto Leme Alves de Oliveira (1ª Vara da Fazenda Pública) e Rafael Tocantins Maltez (2ª Vara da Fazenda Pública), e o representante da OAB – Subseção Guarulhos, Andrews Maira Pereira, participaram da reunião de trabalho.
CASA DE FESTA INFANTIL INDENIZARÁ POR MORTE EM EQUIPAMENTO
Uma casa de festas infantis da cidade de São Paulo foi condenada a pagar R$ 72,4 mil por danos morais ao marido de uma advogada, vítima de acidente fatal em um brinquedo do estabelecimento. Também foi fixado pagamento de pensão mensal equivalente a 2/3 dos rendimentos líquidos da vítima, até a data em que ela viesse a completar 65 anos. A decisão é da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça.
De acordo com o processo, o casal brincava na montanha-russa que não tinha restrição de uso por idade, peso ou altura. O carrinho saiu dos trilhos e caiu de uma altura de cinco metros. A mulher morreu em decorrência de traumatismo crânio-encefálico. Laudo pericial concluiu que o acidente ocorreu por falta de manutenção adequada. O brinquedo tinha uma corda amarrando a carroceria ao eixo.
O relator do recurso, desembargador Eduardo Sá Pinto Sandeville, afirmou que a empresa deve responder integralmente pelos danos decorrentes do acidente, já que é a única responsável. “Em relação aos danos morais, é inquestionável e incontroverso o agudo sofrimento psicológico causado ao apelado pelo trágico falecimento de sua esposa”, afirmou.
Os magistrados José Roberto Furquim Cabella e Vito José Guglielmi também integraram a turma julgadora.
CASA DE FESTAS INFANTIS INDENIZARÁ CRIANÇA POR ACIDENTE
Um buffet infantil foi condenado a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais e R$ 25 por danos materiais a uma criança que fraturou a tíbia enquanto brincava no tobogã do parque. A decisão é da 7ª Câmara de Direito Privado.
Os pais da criança de oito anos contaram que os monitores não as orientaram sobre a forma de utilização dos brinquedos e, ao descer do tobogã, a menina fraturou a tíbia. Ela precisou engessar a perna e utilizar muletas por dois meses, além de se ausentar da escola.
O relator do recurso, desembargador Miguel Brandi, afirmou que o acidente caracteriza a responsabilidade objetiva da requerida pelos prejuízos morais experimentados pela criança, o que gera o dever de indenizar.
Os desembargadores Luís Mário Galbetti e Mary Grün também integraram a turma julgadora e acompanharam o voto do relator.
CEJUSC DE MARÍLIA FIRMA PARCERIA COM ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL
O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Marília e a Associação Comercial e Industrial da cidade firmaram Termo de Cooperação que tem por objetivo a recuperação de créditos e a exclusão do nome dos consumidores inscritos no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), por meio de audiências de conciliação.
A ideia surgiu após levantamento realizado pela Associação, que apontou valor da dívida acumulada nos últimos cinco anos no comércio: mais de R$ 14 milhões. Até o último dia 11, o número de devedores cadastrados no SCPC excedia 27 mil.
Para a juíza coordenadora do Cejusc de Marília, Daniele Mendes de Melo, as audiências serão realizadas para promover o entendimento mútuo e facilitar o diálogo entre as partes. “Queremos que o comerciante consiga recuperar parte dos valores e que o consumidor obtenha a exclusão do nome do cadastro de inadimplentes, estimulando o crescimento econômico da nossa cidade”, afirmou.
A primeira semana de mutirão está marcada para os dias 11 a 15 de abril, com previsão de realização de 600 audiências e 20 empresas participantes.
Números
Em três anos de funcionamento, o Cejusc de Marília já realizou 17.048 audiências, com percentual de acordo de 61% nas sessões que tratam de direitos patrimoniais, como acidente de trânsito, locação, telefonia, planos de saúde e renegociação de dívidas; e 81% em casos de direito de família, envolvendo divórcio, fixação de alimentos, partilha de bens, reconhecimento de paternidade, entre outros.
Cejusc Marília
Endereço: Universidade de Marília – Av. Hygino Muzzy Filho, 1.001, bloco VI
Horário de funcionamento: de segunda à sexta, das 9 às 17 horas
CENTRAL DE MANDADOS – AUTOMAÇÃO E AGILIDADE NO CUMPRIMENTO DOS MANDADOS JUDICIAIS
As Centrais de Mandados têm conseguido uma conquista significativa: agilizar consideravelmente a demanda no Estado. Os documentos, que antes eram distribuídos aleatoriamente aos oficiais de Justiça de cada vara, agora têm distribuição digital, o que garante repartição igualitária para cada servidor. Para centralizar a distribuição, 197 prédios em todo o Estado (sendo 179 só no Interior) já possuem essa estrutura, que abrange os Foros Regionais da Capital e comarcas com grande movimentação processual.
Com um quadro total de 4.090 servidores em atividade, as centrais recebem os mandados expedidos pelas varas, distribuem e remetem aos funcionários. Por meio de sistema informatizado, eles cumprem as diligências, cadastram os atos e os enviam novamente ao departamento, que se encarrega de devolvê-los cumpridos à respectiva unidade judicial. O ganho de eficiência e produtividade é enorme, já que o oficial é mantido em uma determinada área de atuação, envolvendo mandados de todas as competências.
Todo o serviço encaminhado pelas varas é distribuído no mesmo dia. Com isso, citações, pedidos de prisões, alvarás de soltura ou outras diligências são cumpridos com rapidez para conferir agilidade ao Judiciário. A transparência na divulgação das informações é também outro fator relevante. É possível consultar o conteúdo da certidão do oficial de Justiça e verificar se o mandado já foi cumprido.
O juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça Renato Hasegawa Lousano explica que o Tribunal tem trabalhado também na interligação das Centrais. “O próximo passo idealizado pela Corregedoria, em conjunto com as Secretarias de Primeira Instância e Tecnologia da Informação, é a interligação eletrônica entre todas as Seções Administrativas de Distribuição de Mandados (SADM) da Capital e das comarcas agrupadas, de modo que os mandados judiciais sejam encaminhados diretamente pelas demais para a SADM em cujo território eles devam ser cumpridos. A medida incrementará a eficácia e trará economia ao cumprimento de mandados.”
A primeira Central de Mandados do Estado foi instalada em 2008, na Comarca de Guaratinguetá, já trazendo a ideia de uma organização administrativa exclusiva para o cumprimento dos mandados. Desde então, os procedimentos estão cada vez mais aperfeiçoados. No último dia 4, foi instalado o departamento em um Foro Regional da Capital, o de Nossa Senhora do Ó. Primeiro fórum totalmente informatizado do Brasil, conta atualmente com 26 oficiais em atividade (realocados do Foro Regional da Lapa), além de dois escreventes e uma demanda considerável. A juíza corregedora Cláudia Barrichello, que também responde pela 1ª Vara Cível, destaca que a criação traz muitos benefícios, “como a padronização dos procedimentos e a racionalização do gerenciamento das cargas e das diligências, otimizando os recursos”.
Em um cenário que foge da estatística comum, o Fórum Criminal da Barra Funda se destaca pela quantidade avassaladora de mandados cumpridos e diligências realizadas desde a sua instalação, em maio de 2012. São mais de 240 mil notificações distribuídas por ano para a média de 200 funcionários. Oficial de Justiça há 28 anos, Márcio Lucas Egydio explica o que mudou desde a instalação do setor no prédio em que trabalha, o Fórum João Mendes Júnior. “No início passamos por um período de transição das normas e da maneira como o trabalho precisava ser desempenhado. Pouco tempo depois, conferimos muita agilidade. Em 2013, começamos a utilizar o sistema Web Connection, uma ferramenta que permite que os oficiais certifiquem fora da central, o que também contribui para a celeridade do cumprimento do mandado”, conclui.
COM FINALIZAÇÃO DO 100% DIGITAL, JUDICIÁRIO PAULISTA SÓ RECEBE AÇÕES EM FORMATO DIGITAL
Uma história só é boa, quando bem contada; um fato só é relevante se beneficia muitas pessoas; um serviço só é bom, quando bem executado. Melhor que tudo isso é contar uma história que traz benefício para os jurisdicionados, diminui o tempo das ações na Justiça e, com sua conclusão, atinge todos que, de uma forma ou outra, socorrem-se do Poder Judiciário.
A histórica data de hoje (30) fica registrada no Tribunal de Justiça de São Paulo porque é o passo decisivo para o fim dos processos em papel. Com a conclusão do Projeto 100% Digital – executado com um mês de antecedência do prazo estabelecido – agora, em todas as 331 comarcas do Estado, os novos processos são somente recebidos em formato digital, ou seja, não entra mais nenhuma ação em papel no Judiciário paulista. E o número é assustador: são 400 mil novas ações/mês. O Salão do Júri, no 2º andar do Palácio da Justiça, teve suas dependências lotadas no momento em que se anunciava o alcance das metas do projeto 100% Digital e se distribuía a revista “100% Digital”, com todos os dados referentes à iniciativa.
Durante a cerimônia de “Celebração do Cumprimento da Meta do Projeto 100% Digital”, o coordenador da Área de Informática do TJSP, desembargador Luis Soares de Mello Neto, destacou o brilho que se via nos olhos dos que trabalharam no projeto 100% Digital. “Na minha carreira, nunca vi tanta gente empenhada como as pessoas que mexem com informática. A nossa nova era digital efetivamente começou.” Para ele, “a modernização e a inovação do Poder Judiciário passam, necessariamente, pela informatização, que adequa o serviço público ao estado tecnológico atual, oferecendo eficiência e celeridade na prestação jurisdicional”.
Ainda segundo o desembargador, “os resultados do 100% Digital vão muito além da implementação de um sistema informatizado de gestão. As conquistas impactam diretamente no cotidiano de mais de 44 milhões de paulistas. Por isso há ainda muito por fazer”. Mas, não há como negar os benefícios proporcionados: o chamado “tempo morto” — período em que o processo fica parado ou tramita apenas burocraticamente — praticamente deixa de existir. Procedimentos como carga física, subida de petições do protocolo, realização da carga e juntada física dos documentos são substituídos pela agilidade da tramitação eletrônica. O processo digital elimina a perda de tempo com deslocamentos, dentro e fora do fórum, que oneram o dia a dia de servidores e advogados. Com o novo sistema, tanto o ajuizamento da ação, quanto os demais peticionamentos são feitos diretamente pelo portal na internet, disponível 24 horas/dia, inclusive em fins de semana e feriados. O processo digital é transparente e seguro. As consultas podem ser feitas de qualquer lugar, sem a necessidade de as partes e advogados irem ao fórum.
A diminuição no uso do papel também beneficia o meio ambiente. A expectativa é que daqui a cinco anos o TJSP tenha poupado 115.172 árvores (equivalente a 1.035 campos de futebol), reduzindo a emissão de gás carbônico em 13.507 toneladas (poluição igual à de 7,03 milhões de carros) e economizado 446.226 m³ de água, suficientes para encher 178 piscinas olímpicas.
Atualmente, o TJSP tem 20,2 milhões de ações; 14% desse montante são em formato digital, os processos que hoje tramitam em papel finalizarão no mesmo formato.
Ao encerrar a solenidade, simples e rápida como o processo digital, o presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini, ratificou o agradecimento a todos os magistrados e funcionários. “Uma vitória dessas não se consegue senão com o entusiasmo e o devotamento de todos os envolvidos.” Explicou que a coordenação da Área de Informática do TJSP está com Soares de Mello, porque o desembargador é a “personificação do entusiasmo”. Também falou sobre sua relação com a tecnologia. “Esse é um espaço desafiador porque a obsolência está correndo atrás de nós e mordendo nossos calcanhares.” Por tudo isso, Renato Nalini disse que, há poucos dias, foi recebido na Universidade de São Paulo (USP) “para solicitar que nos ajudem a pensar o futuro, que nos auxiliem a prenunciar o que mais vamos exigir de tecnologia. O que mais vamos ter que trazer para tornar a Justiça cada vez melhor”. O presidente elogiou o êxito do projeto e encerrou declarando que os integrantes da Softplan (empresa responsável pelo Sistema de Automação da Justiça/SAJ) vivem a repetir que o 100% Digital é um case sem precedentes no mundo, com o que ele concordava plenamente.
À solenidade estavam presentes o corregedor-geral da Justiça, desembargador José Carlos Gonçalves Xavier de Aquino; o 1º subdefensor público-geral do Estado, Rafael Morais Português de Souza, representando o defensor público-geral; os desembargadores Roberto Galvão de França Carvalho, Guilherme Gonçalves Strenger e Willian Roberto de Campos; o juiz assessor do Gabinete Civil, Ricardo Felício Scaff; os juízes assessores da Tecnologia da Informação Gustavo Santini Teodoro, Fernando Antonio Tasso e Tom Alexandre Brandão; juízes assessores da Presidência e da Corregedoria Geral da Justiça; o juiz diretor do fórum de Taubaté e da 9ª Região Administrativa Judiciária, Erico Di Prospero Gentil Leite; os secretários do TJSP Rosely Padilha de Sousa Castilho (Tecnologia da Informação) e Pedro Cristovão Pinto (Primeira Instância); os integrantes da Softplan Ilson Stabile e Moacir Marafon (diretores-executivos), Rodrigo Santos (diretor de negócios), Rafael Stabile (gerente de operações) e Fabiano Reis (gestor do projeto 100% Digital); o presidente da Subseção da OAB Freguesia do Ó, Rodolfo da Silva Aguiar; o delegado chefe da Assessoria Policial Civil do TJSP, Fábio Augusto Pinto; magistrados, funcionários do Judiciário e da Softplan.
Suporte técnico – Para atender a demanda, o TJSP ampliou o horário do suporte ao usuário externo. Desde outubro, o atendimento telefônico funciona das 8 horas à meia-noite em dias úteis e, aos fins de semana e feriados, das 9 às 19 horas – (11) 3627-1919 e (11) 3614-7950. O atendimento ao usuário interno também foi aprimorado. Com a totalidade das varas funcionando em formato digital, o HelpDesk cresceu e recebe demandas por uma central de chamados.
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Comunicação Social TJSP – RS (texto) / AC (fotos)
COM FINALIZAÇÃO DO PROJETO 100% DIGITAL, TJSP SÓ RECEBE AÇÕES EM FORMATO DIGITAL
Nesta segunda-feira (30), o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo anuncia o alcance das metas do projeto 100% Digital. Agora, em todas as 331 comarcas do Estado, os novos processos serão recebidos apenas no formato digital, ou seja, não entrará mais nenhuma ação em papel no Judiciário paulista. O evento acontece às 14 horas no Salão do Júri do Palácio da Justiça (Rua Onze de Agosto, s/n, Centro) e contará com presença do presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini. Na ocasião será distribuída a revista “100% Digital”, que trará todos os dados referentes à iniciativa.
Os benefícios proporcionados pela digitalização são muitos. O chamado “tempo morto” — período em que o processo fica parado ou tramita apenas burocraticamente — praticamente acabou. Procedimentos como carga física, subida de petições do protocolo, realização da carga e juntada física dos documentos foram substituídos pela agilidade da tramitação eletrônica.
O processo digital elimina a perda de tempo com deslocamentos, dentro e fora do fórum, que oneram o dia a dia de servidores e advogados. Com o novo sistema, tanto o ajuizamento da ação, quanto os demais peticionamentos são feitos diretamente pelo portal na internet, disponível 24 horas por dia, inclusive em fins de semana e feriados. O processo digital é transparente e seguro. As consultas podem ser feitas de qualquer lugar, sem a necessidade de as partes e advogados irem ao fórum.
A diminuição no uso do papel também beneficia o meio-ambiente. A expectativa é que daqui a cinco anos o TJSP tenha poupado 115.172 árvores – equivalente a 1.035 campos de futebol –, reduzindo a emissão de gás carbônico em 13.507 toneladas (poluição igual à de 7,03 milhões de carros) e economizado 446.226 m³ de água, suficientes para encher 178 piscinas olímpicas.
O TJSP é a maior Corte do Brasil, com 20,2 milhões de ações. 14% desse montante são ações que já foram recebidas em formato digital ao longo da implantação do sistema.
Os processos que hoje tramitam em papel finalizarão no mesmo formato.
Suporte técnico
Para atender a demanda, o TJSP ampliou o horário do suporte ao usuário externo. Desde outubro, o atendimento telefônico funciona das 8 horas à meia-noite em dias úteis e, aos fins de semana e feriados, das 9 às 19 horas – (11) 3627-1919 e (11) 3614-7950. O atendimento ao usuário interno também foi aprimorado. Com a totalidade das varas funcionando em formato digital, o HelpDesk cresceu e recebe demandas por uma central de chamados.
Evento – Projeto 100% Digital
Data: Segunda-feira (30), às 14 horas
Local: Salão do Júri do Palácio da Justiça – (Praça da Sé, s/n – Centro – SP)
Comunicação Social TJSP – CA (texto) / SG (arte)
COM MUITO TRABALHO E DEDICAÇÃO, DEPÓSITO DE ARMAS E OBJETOS DE CATANDUVA VIRA MODELO DE ORGANIZAÇÃO
Após três anos de trabalho artesanal, objetos entregues a partir de 2013 já foram totalmente catalogados
Manter a guarda de armas e objetos apreendidos durante o curso do inquérito policial e da ação penal é indispensável para o correto desfecho do caso. A análise desses itens serve de base para que o magistrado, apreciando os demais elementos de prova, forme sua convicção e profira sentença.
Após enfrentar problemas com alguns dos artefatos pertencentes ao depósito de armas e objetos da Comarca de Catanduva, o juiz Antonio Carlos Pinheiro de Freitas, da 1ª Vara Criminal, entendeu que era necessária uma reorganização. Para tanto, nomeou o escrevente Isaque Dario Valentin para executar a tarefa, que não era das mais fáceis. “Nosso primeiro grande problema era a porta, que era um modelo comum, de madeira. Precisávamos de um equipamento que nos desse segurança e conseguimos que uma empresa da região nos doasse uma porta de ferro tipo cela. A partir de então, o Isaque começou a implantar um sistema de cadastramento bastante detalhado, que minimiza a ocorrência de falhas.”
Isaque, que ingressou no Judiciário paulista em 2009, exerceu a função de carteiro durante três anos e trouxe a experiência de padronização existente nos Correios para o Tribunal. “Quando recebi essa incumbência, passei a imaginar como eu gostaria que o depósito ficasse e idealizei um lugar onde conseguíssemos encontrar qualquer objeto em segundos. Para tornar isso possível, o trabalho foi dividido em três fases – setorização, cadastro e destruição dos objetos. Começamos, então, a setorizá-los, separando-os por classe: capacetes, computadores, CDs e DVDs, celulares e os demais, cada qual em determinado local da sala. Trabalhamos todos os finais de semana por quase dois meses, das 9 às 19 horas, para começar a implantar o novo sistema de controle”, explica.
A catalogação consiste no cadastramento de cada item no sistema de Controle de Armas e Objetos do Tribunal de Justiça de São Paulo (CAO-Win), que gera uma identificação individualizada para cada um, evitando duplicidade de números e eventuais problemas de localização.
Cadastrados os objetos, era necessário pensar numa forma de distingui-los a partir da vara de origem e a solução encontrada foi simples: escrever em azul os números dos autos da 2ª Vara Criminal e em preto os da 1ª. “A visualização ficou fácil. Basta olhar para os invólucros que conseguimos distinguir a qual vara aquele objeto pertence.”
Hoje, três anos após o início do trabalho, o escrevente acredita que a missão está praticamente cumprida. Todos os objetos entregues a partir de 2013 já estão cadastrados – são mais de 5 mil itens –, assim como grande parte dos anteriores a essa data. O próximo passo, diz ele, é zerar a lista de objetos a serem destruídos, o que vem acontecendo paulatinamente. “Desde o início nosso objetivo era, além de garantir a guarda adequada de cada um dos objetos, torná-los de fácil e rápido acesso, propiciando maior segurança e celeridade ao nosso trabalho. Acredito que estamos próximos de atingir a meta”, ressalta.
A fala de Isaque é corroborada pela escrivã da unidade, Rita de Cássia Castro Rodrigues Romano, que assumiu o cargo na mesma época que ele. “No início não tínhamos controle de nada, mas graças a esse trabalho, realizado com dedicação e amor, hoje temos um controle bastante rigoroso e preciso. Foi preciso, dentre outras medidas, restringir o acesso à sala, diferentemente do passado, quando muitos entravam nela. Hoje temos mais tranquilidade para exercer nossas funções, pois temos facilidade em encontrar qualquer objeto que for requisitado.”
Para o juiz Antonio Carlos Pinheiro de Freitas, o engajamento e dedicação da equipe foram essenciais para o sucesso da empreitada. “Com a ajuda dos funcionários da unidade, em especial do Isaque, que é um servidor muito laborioso e dedicado, conseguimos resolver problemas que nos afligiam há muito. Hoje, três anos após o início da reorganização, estamos colhendo os bons frutos desse trabalho, que é digno de elogio. O Isaque foi o grande diferencial dessa mudança, pois abraçou o trabalho com bastante dedicação e empenho, e hoje podemos dizer que temos um sistema muito seguro. Creio que ele possa ser replicado em outras comarcas do Estado”, ressalta o magistrado.
Citado como principal ator na reorganização do local, Isaque prefere dividir os elogios com os companheiros de trabalho. “Minha intenção nunca foi estar em destaque, mas apenas contribuir com a equipe e a instituição à qual pertenço. Contei com a ajuda de muitas pessoas, como o escrevente Sérgio Luis Morasca, que foi essencial para conseguirmos a porta que nos foi doada. A ideia de deixar esse depositário organizado era facilitar nosso serviço e me dedicar à função principal do escrevente, que é tocar processos.”
COM PROCESSO DIGITAL, AÇÃO CRIMINAL É JULGADA EM MENOS DE DOIS MESES
Um processo da 13ª Vara Criminal do Foro Central de São Paulo foi sentenciado em apenas um mês e dezoito dias após o crime. O réu, acusado de roubo, terminou condenado à pena de cinco anos e quatro meses de reclusão, em regime fechado. O feito tem formato digital e a agilidade proporcionada pela informatização do Judiciário contribuiu para que o crime, ocorrido em 6 de janeiro, fosse julgado em 24 de fevereiro.
De acordo com os autos, a vítima caminhava pela rua quando um automóvel parou ao seu lado e os ocupantes começaram a pedir informações. De repente, o homem que estava no banco do passageiro puxou o celular da vítima, enquanto outro, que estava no banco de trás, ameaçou atirar. O réu estava ao volante. Pouco depois, o acusado bateu o carro. A vítima ficou sabendo de colisão e correu para o local. Chegando lá, pediu ajuda a um policial militar que estava próximo. Os outros comparsas conseguiram fugir.
Em juízo, o réu afirmou que saiu com o carro acompanhado de dois conhecidos para buscar drogas, quando estacionou para pedir informações, momento em um deles arrancou o celular da mão da vítima, enquanto o outro mandou acelerar o veículo. Na delegacia, a vítima o reconheceu como um dos autores do roubo.
Em sua decisão, a juíza Cláudia Carneiro Calbucci Renaux julgou a ação parcialmente procedente. Afastou a qualificadora de emprego de arma de fogo e manteve a de concurso de agentes.
Cabe recurso da decisão.
Processo nº 0000084-89.2016.8.26.0050
COMARCA DE GUARULHOS CONDENA HOMEM A 41 ANOS DE PRISÃO POR TORTURAR ENTEADAS
O juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano, da Vara do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Guarulhos, condenou padrasto acusado de torturar as três enteadas – todas menores de idade. A pena foi fixada em 41 anos, 5 meses e 22 dias de reclusão, em regime inicial fechado.
Consta da denúncia que ele empregava métodos extremamente violentos para corrigir eventuais problemas de comportamento das crianças.
Segundo o magistrado, os crimes cometidos não podem ser considerados meros maus-tratos, em razão da forma como a violência era aplicada. “O agente possui uma personalidade agressiva, covarde e irresponsável, além de ter demonstrado frieza em sua empreitada, patenteando intensa violência na prática delitiva. Tem personalidade egoística voltada à satisfação de seus instintos mais básicos, sendo-lhe indiferentes as consequências infaustas de seus atos sobre seus semelhantes. Não é proibido corrigir filhos ou enteados, mas sim o excesso, o que se patenteou no caso em tela”, afirmou.
Cabe recurso da sentença.
Processo nº 0014076-27.2009.8.26.0224
Comunicação Social TJSP – GA (texto) / AC (foto)
Começa o 73º Encontro Nacional dos Corregedores-Gerais da Justiça
Corregedores da Justiça Estadual reúnem-se em São Paulo.
O 73º Encontro Nacional dos Corregedores-Gerais da Justiça começou hoje (23), em São Paulo, com o tema “A Corregedoria na Pós-Modernidade: Por Um Novo Kairós”. O evento reúne magistrados responsáveis pela fiscalização e orientação das Justiças estaduais. Nos próximos dias eles participarão de debates e trocarão experiências, com o intuito de aperfeiçoar a atividade correcional e, por consequência, contribuir para o fortalecimento do Judiciário brasileiro. A abertura contou com a presença do presidente do TJSP, desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, e do corregedor nacional da Justiça brasileira, ministro João Otávio de Noronha.
Após exibição do vídeo institucional do TJSP, a mensagem de boas-vindas aos participantes ficou a cargo do corregedor-geral da Justiça paulista, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças. Ele destacou que a “realidade cotidiana pós-moderna” tem entre suas características “multiplicidade de grupos sociais, fragmentação, dispersão e justaposição de valores, relativismo, hipercomplexidade e competição corrosiva”, ocasionando “a inexistência de valores compartilhados (shared values), fundamentais à concretização da solidariedade social tão propalada, o que multiplica situações conflitivas”. E completou: “Tais premissas levam à inelutável inferência de que um novo kairós (caminho) é imprescindível, o que impõe à figura do juiz, como pedagogo dos valores fundamentais e arauto da esperança ética, ulteriores desafios, que serão objeto de detida reflexão e debates”.
Em seguida, o presidente Paulo Dimas manifestou sua alegria por receber os participantes no Palácio da Justiça, sede do Tribunal Bandeirante. “É um momento importante para conjugar esforços a fim de que nosso Judiciário seja cada vez mais respeitado e acreditado pela sociedade”, afirmou. “Temos em nossos quadros tantas pessoas comprometidas com a Justiça, com o bem comum e com a ética”, continuou. “Tenho certeza que faremos debates importantes e ouviremos pronunciamentos da mais alta relevância.”
Por sua vez, a presidente da Comissão Executiva do Colégio Permanente de Corregedores-Gerais dos Tribunais de Justiça do Brasil e corregedora-geral da Justiça do Mato Grosso, desembargadora Maria Erotides Kneip Baranjak, agradeceu ao TJSP a acolhida e apoio na realização do 73º Encoge. “Temos uma grande responsabilidade: precisamos apontar soluções”, alertou ela. “O juiz hermético, burocrático e sem criatividade deve ceder espaço na sociedade atual”, continuou. “Mais do que alcançar metas, devemos incentivar o juiz a ser humano.”
O principal discurso da noite foi feito pelo ministro João Otávio Noronha, recém-eleito para o posto de corregedor nacional. Em conversa franca com seus colegas, Noronha apontou que “a maior crítica à Magistratura brasileira é sua morosidade”. Ele enumerou diversas causas para tanto, como a burocratização dos Juizados Especiais, excesso de recursos (“é hora de aprender que o processo tem que acabar”), falta de conformidade das sentenças de 1º grau com o entendimento das instâncias superiores, entre outros. “Precisamos sentar e discutir o que temos que fazer”, ponderou.
Um dos caminhos elencados pelo ministro é o de ampliar as estruturas de ensino dos Tribunais, como a Escola Paulista da Magistratura (EPM), do TJSP. “Despesa com as Escolas não é gasto, é investimento”, defendeu. Afirmou também que priorizará a transparência na comunicação do Judiciário com a imprensa e sociedade, pois, em sua opinião, “se informarmos mal, o mal informado prevalece”. Ao fim de sua fala, reforçou o chamado por um Judiciário independente: “O magistrado só pode ser refém da Constituição, e ainda assim com um único fim: concretizar os direitos fundamentais”.
Ao encerrar a solenidade, o desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, afirmou que o magistrado tem que ser um paradigma de servidor público. “O povo tem o direito de receber em contrapartida uma prestação judiciária célere, moderna e justa”, asseverou. O corregedor agradeceu a presença dos participantes e desejou um bom prosseguimento dos debates a todos. “Um dos principais objetivos dessa jornada de trabalho é conseguirmos uma maior eficiência do Judiciário.”
Na mesma oportunidade foi entregue a Medalha de Honra Desembargador Décio Antonio Erpen, que representa a mais alta distinção do Colégio de Corregedores-Gerais. Por seus notáveis serviços prestados à Justiça foram agraciados o presidente Paulo Dimas; o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargador Flavio Humberto Pascarelli Lopes; o desembargador do Piauí Sebastião Ribeiro Martins; e o magistrado que instituiu a medalha, desembargador Bartolomeu Bueno.
Estavam presentes também os desembargadores e desembargadoras corregedores-gerais de Justiça do Acre, Regina Célia Ferrari Longuini; do Alagoas, Klever Rêgo Loureiro; do Amapá, Carmo Antônio de Souza; do Amazonas, Aristóteles Lima Thury; da Bahia interior, Cinthya Maria Pina Resende; Bahia capital, Osvaldo de Almeida Bomfim; do Ceará, Francisco Lincoln Araújo e Silva; do Distrito Federal e Territórios, José Cruz Macedo; do Espírito Santo, Ronaldo Gonçalves de Souza; do Mato Grosso do Sul, Julizar Barbosa Trindade; de Minas Gerais, André Leite Praça; do Paraná, Eugênio Achille Grandinetti; do Rio de Janeiro, Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo, Maranhão, Anildes de Jesus Bernardes Chaves Cruz; do Pará interior, Maria do Céo Maciel Coutinho; do Pará Região Metropolitana, Diracy Alves Nunes; de Pernambuco, Antônio de Melo e Lima; do Piauí, Ricardo Gentil Eulálio Dantas; do Rio Grande do Norte, Francisco Saraiva Dantas Sobrinho; de Rondônia, Hiram Souza Marques; de Roraima, Tânia Maria Vasconcelos Dias de Souza Cruz; de Santa Catarina, Ricardo Orofino da Luz Fontes; e do Tocantins, Eurípedes do Carmo Lamounier.
Também prestigiaram a abertura dos trabalhos o vice-presidente do TJSP, desembargador Ademir de Carvalho Benedito; o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo, Mário Devienne Ferraz; o membro do Conselho Consultivo e de Programas da Escola Paulista da Magistratura, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, representando o presidente; a vice-corregedora-geral do Ministério Público de São Paulo, Tereza Cristina Maldonado Katurchi Exner; o secretário de Estado da Administração Penitenciária, Lourival Gomes; o presidente da Seção de Direito Criminal do TJSP, desembargador Renato de Salles Abreu Filho; o presidente em exercício da Associação Paulista de Magistrados, desembargador Oscild de Lima Júnior; o vice-presidente e corregedor do TRE-SP, desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padim; a vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, juíza Maria de Fátima dos Santos Gomes Muniz de Oliveira; o diretor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, José Rogério Cruz e Tucci; o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP, coronel PM Sérgio Ricardo Moretti; o delegado-chefe da Assessoria Policial Civil do TJSP, Fabio Augusto Pinto, representando o delegado-geral de Polícia do Estado de São Paulo; o presidente do Colégio Notarial do Brasil, Ubiratan Pereira Guimarães; o presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo, Andrey Guimarães Duarte; o presidente do Instituto de Estudos de Protestos de Títulos do Brasil – Seção São Paulo e diretor da Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo, José Carlos Alves, representando o presidente da Anoreg; o presidente do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil, João Pedro Lamana Paiva; o presidente do Instituto de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoas Jurídicas do Estado de São Paulo e do Centro de Estudos e Distribuição de Títulos e Documentos, Alfredo Cristiano Carvalho Homem; o vice-presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil, Claudio Marçal Freire, representando o presidente; a diretora executiva da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo, Karine Maria Famer Rocha Boselli; o decano da Academia Paulista de Letras, poeta Paulo Bomfim; demais desembargadores, juízes, membros do MP, defensores públicos, advogados, autoridades civis e militares, familiares e servidores.
Começa o julgamento de Elize Matsunaga
Serão ouvidas ao todo 19 testemunhas entre acusação e defesa.
Depois de oito horas terminou nesta segunda-feira (28) o primeiro dia do julgamento de Elize Matsunaga, acusada de matar o marido Marcos Kitano Matsunaga, em maio de 2012. Ela responde pelo crime de homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O júri começou às por volta das 11h15, após o sorteio dos sete jurados que formam o Conselho de Sentença, quatro mulheres e três homens, e o julgamento pode durar até cinco dias.
Até agora foram ouvidas três testemunhas de acusação: as duas babás que trabalhavam na casa onde aconteceu o crime e um investigador contratado pela ré. O juiz Adilson Paukoski Simoni marcou o reinício do julgamento para as 9 horas desta terça-feira.
COMISSÃO RESPONSÁVEL PELA ENASP SE REÚNE PARA DEFINIÇÃO DE CALENDÁRIO E METAS
A Comissão do Tribunal de Justiça de São Paulo, criada pela Portaria 9.309, de 24/6/16, que responde pela Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (ENASP), reuniu-se ontem (10), no Gabinete da Presidência, para apresentar ao presidente Paulo Dimas de Bellis Mascaretti as metas e diretrizes nacionais.
Durante o encontro foi deliberado que no Mês Nacional do Júri (Novembro) o Judiciário paulista deverá julgar os processos de crimes dolosos contra a vida, priorizando os oriundos de violência doméstica (Lei Maria da Penha/Feminicídio), crimes praticados por policiais no exercício ou não de suas funções e de confrontos dentro/arredores de bares e/ou casas noturnas, bem como os processos mais antigos.
Também foram apresentadas metas definidas pela ENASP para 2017, a saber:
1) Meta de persecução penal de ações em tramitação – Julgar as ações penais de crimes dolosos contra a vida iniciadas até 31/12/12 (denúncia recebida) e que não tenham sido julgadas até 31/8/16, excluídas as suspensas;
2) Meta de persecução penal de ações suspensas – Julgar as ações penais de crimes dolosos contra a vida iniciadas até 31/12/12 (denúncia recebida) e que encontram suspensas até 30/9/16.
Integram a comissão os desembargadores Walter da Silva (gestor), Luiz Edmundo Marrey Uint, os juízes assessores Fernando Figueiredo Bartoletti (chefe do Gabinete Civil do TJSP) e André Carvalho e Silva de Almeida (Corregedoria-Geral da Justiça), os juízes Liza Livingston e Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro (4ª Vara do Júri – Central), Ulysses de Oliveira Gonçalves Junior (1ª Vara das Execuções Criminais – Central), o promotor de Justiça José Carlos Cosenzo (Procuradoria-Geral de Justiça), a defensora pública Clarissa Portas Batista da Luz (Defensoria Pública), o secretário-adjunto Luiz Carlos Catirse (Secretaria da Administração Penitenciária), os conselheiros Mário de Oliveira Filho (OAB) e Rodrigo César Nabuco de Araújo (AASP) e o capitão PM Rodrigo Elias da Silva.
Também participaram da reunião o presidente da Seção de Direito Criminal, desembargador Renato de Salles Abreu Filho, o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP, coronel PM Sérgio Ricardo Moretti, o capitão PM Marcelo Henrique (chefe da Seção de Segurança do TJSP), os integrantes da Secretaria de Planejamento Estratégico Carmen Giadans Corbillon (secretária) e Rodrigo Teixeira (diretor).
COMPANHIA AÉREA INDENIZARÁ PASSAGEIRO POR NÃO SERVIR REFEIÇÃO KOSHER
Companhia aérea que não serviu a alimentação kosher pedida por um passageiro judeu deverá indenizá-lo por danos morais, determinou a 11ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo. O valor da reparação foi fixado em R$ 10 mil.
O consumidor lesado afirmou ter solicitado comida especial kosher no momento em que adquiriu bilhete aéreo entre os aeroportos de Zurique e Guarulhos. Ele juntou aos autos comprovante de compra, no qual consta que a empresa concordou em fornecer a refeição, que deveria ser preparada conforme os preceitos do judaísmo. Durante a viagem, no entanto, a comida servida não era kosher e o passageiro foi obrigado a permanecer 14 horas sem alimentação.
O desembargador Antonio Luiz Tavares de Almeida, relator do recurso, afirmou ser notório defeito na prestação do serviço. “Ao passageiro assiste o direito de receber o que efetivamente contratou. Trata-se de relação de consumo e, contrário do que afirmou a apelada, a inexistência de alimentação kosher, apesar de previamente solicitada, não se reveste de questão acessória.”
E completou: “A alimentação específica é de suma importância e tem fundamento em preceitos religiosos. O apelante permaneceu durante todo o voo intercontinental sem nenhum tipo de refeição e o oferecimento de outra espécie não exime a responsabilidade da apelada”.
Os desembargadores Gilberto dos Santos e Gil Coelho completaram a turma julgadora e acompanharam o voto do relator.
Apelação nº 0078577-66.2012.8.26.0100
COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO É RESPONSABILIZADA POR MORTE DE CRIANÇA
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi condenada a indenizar os pais de uma menina que faleceu em acidente causado por negligência da empresa, na cidade de Hortolândia. A decisão, da 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, fixou indenização por danos morais em R$ 100 mil, além do pagamento de pensão mensal de 2/3 do salário mínimo, da data do falecimento da criança (que na época dos fatos tinha nove anos de idade) até a data em que ela completaria 25 anos.
De acordo com o acórdão, a empresa teria descarregado material para obra de instalação da rede de abastecimento (tubulões) na rua onde a família morava. A filha dos autores foi brincar com outras crianças nos tubos, que rolaram rua abaixo, causando a morte da menina.
Para o relator do recurso, desembargador Luís Fernando Camargo de Barros Vidal, descabida a alegação da empresa de culpa concorrente ou exclusiva da vítima. “Foi a empresa que criou a situação de risco ao depositar os tubulões na localidade dos fatos sem proteção eficiente ou vigilância, de modo que deve arcar com os ônus da movimentação daquelas peças, mesmo que por força de brincadeira de menores de idade, fato este de singela previsibilidade e contra o qual deveria se precaver”, afirmou o magistrado em seu voto.
Constam como partes no processo uma empresa de engenharia, que deve pagar a indenização regressivamente à Sabesp, e uma seguradora, que também deve pagar a indenização em regresso, nos limites da apólice de seguro existente. O Município de Hortolândia também foi acionado, mas a Justiça afastou sua responsabilidade.
O julgamento teve a participação dos desembargadores Paulo Barcellos Gatti e Ana Liarte. A votação foi unânime.
CONCLUSÃO DO PROJETO 100% DIGITAL PÕE FIM À ENTRADA DE PROCESSOS EM PAPEL NO TJSP
Tecnologia possibilita consulta e prática de atos judiciais a partir de qualquer ponto de acesso à internet, 24 horas por dia
Vivemos a era da sociedade da informação. Uma época em que a população clama por respostas mais céleres e satisfatórias aos seus anseios. Tudo está a um clique de distância. Seja no desktop, no laptop, no tablet ou no smartphone. Grupos de pessoas se mobilizam por meio das redes sociais. Aplicativos estão presentes em quase todos os setores e atividades em grandes e pequenas cidades. E nos serviços públicos a realidade não poderia ser diferente.
Quem nunca ouviu alguém reclamar da lentidão da Justiça? Que o processo demora a ser julgado? Esse panorama é resultado de uma cultura de litígio que impera em nossa sociedade, mas, para tentar reduzir o tempo de tramitação do processo e oferecer uma prestação jurisdicional mais célere e transparente, o Tribunal de Justiça de São Paulo – maior Corte do mundo, com mais de 20 milhões de processos em andamento – estabeleceu, no início deste ano, uma meta ambiciosa, que foi alcançada no último dia 30: a conclusão do projeto 100% Digital, que levou a digitalização de processos às 331 comarcas do Estado.
Executada com um mês de antecedência do prazo estabelecido, a ação reuniu esforços de diversos setores do Tribunal. Para se ter uma ideia da grandiosidade do desafio assumido, o TJSP possui hoje mais de 43,5 mil servidores em atividade, além de 2,5 mil juízes, 355 desembargadores e recebe, todos os meses, 400 mil novas ações.
O projeto começou a ser implementado em fevereiro, quando possuía 42% das unidades digitais instaladas. Foram necessárias 39 mil horas de configurações para sua disponibilização e treinamento de 51 mil pessoas em capacitações presenciais. 5.160 servidores renovaram seus conhecimentos sobre boas práticas e 166 mil horas de acompanhamento presencial foram executadas por analistas nas unidades judiciais. A equipe de implantação percorreu mais de 7 mil deslocamentos em todo o Estado. “As vantagens do processo digital já foram assinaladas pelos especialistas, o que levou o TJSP a optar por essa radical solução. Há um ganho de 47% na taxa de vazão dos processos, com significativa redução do congestionamento. O trâmite de novas ações acelera-se em 87% e a produtividade dos magistrados em 50%”, explica o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador José Renato Nalini.
Com o avanço do cronograma de implementação do processo digital em todo o Estado, foi possível, dentre outros benefícios, instituir o teletrabalho (modalidade de trabalho exercida por escreventes que atuam com processo digital, em cartórios judiciais, que permite que servidores das referidas unidades trabalhem de suas casas em dois dias da semana, o que gerou ganho de produtividade, em alguns casos, de quase 70%) e disponibilizar um sistema mais seguro, transparente e célere, que possibilita, além do acesso facilitado às informações dos processos a qualquer hora do dia e em qualquer dia da semana, economia de espaços físicos e recursos naturais – desde junho, a distribuição de processos digitais supera e de físicos.
Mas o maior impacto da nova tecnologia está nos benefícios que oferece ao meio ambiente. Somente neste ano, o Judiciário paulista economizou 547.382 quilos de papel, impediu que 1.566 toneladas de CO² fossem emitidas e poupou a derrubada de 13.351 árvores, evitando que 51.728 metros cúbicos de de água fossem consumidos. E a projeção para os próximos cinco anos é das mais animadoras: evitar a derrubada de 115 mil árvores (equivalente a 1.035 campos de futebol), reduzir a emissão de CO² em mais de 13 mil toneladas (o que equivale a uma frota de 7 milhões de carros) e deixar de consumir 446 mil metros cúbicos de água – volume total de 178 piscinas olímpicas.
Agora, o Tribunal só recebe ações em meio digital, mas os processos que hoje tramitam em papel finalizarão no mesmo formato. Para o presidente Nalini, essas conquistas impactam diretamente no cotidiano de mais de 44 milhões de paulistas que se socorrem do Judiciário. “A realidade virtual não é mais ficção científica, ao menos na Justiça de São Paulo. Em pleno mês de novembro, atingiu-se a meta proposta e todas as unidades judiciais se encontram aptas a receber peticionamento eletrônico. O Tribunal de Justiça de São Paulo mostrou que é possível tornar a prestação jurisdicional mais célere, mais objetiva e fazê-la funcionar exatamente como deve ser uma Justiça eficiente: pronta, se possível imediata, pois aquilo que perturba o relacionamento entre as pessoas deve ser enfrentado de forma imediata. O papel já cumpriu seu papel. Ninguém sentirá saudades dele.”
Seja bem-vindo ao Judiciário do presente.
Comunicação Social TJSP – AM (texto) / MC (layout e arte)
CONFIRA PROGRAMAÇÃO DE EVENTOS CULTURAIS NO MÊS DE JANEIRO
Capital
Dia 22/1 – às 12 horas
Local: Foro Regional de Itaquera (Avenida Pires do Rio, 3.915 – Itaquera)
O Foro Regional de Itaquera recebe o espetáculo “Samba Requintado – Uma viagem pela história do samba”, de Sandra Camillo, Aldo Scaglione e Horácio Scaglione. A proposta é apresentar a história do samba, desde suas raízes até os dias atuais, fazendo uma releitura do estilo. No repertório estão sucessos como “Ó Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga, “As Rosas Não Falam”, de Cartola, e “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa.
Pirassununga
De 26 a 28/1 – das 13h30 às 17 horas
Local: Salão do Júri do Fórum Pirassununga I (Rua José Bonifácio, 70 –Centro)
A comarca abrigará exposição de telas do artista plástico e advogado Milton Zerbeto Junior. Formado em Artes Plásticas e Educação Artística pela Universidade de Ribeirão Preto e advogado atuante na comarca, Milton já realizou várias exposições na região e teve obras premiadas.
Ribeirão Preto
Até 30/1 – das 12h30 às 19 horas
Local: 1º andar do fórum (Rua Alice Alem Saadi, 1010 – Nova Ribeirânia).
A exposição “Os Crimes que Abalaram o Brasil”, que fala sobre serial killers e atos de violência que causaram grande repercussão, estará em cartaz em Ribeirão Preto. A mostra é organizada pelo Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos.
Dia 28/1 – às 12h15
Local: Saguão do fórum
Os cantores Val Belissimo e Bruna Bogado tocarão bossa nova, chorinho, MPB, samba e sertanejo raiz para magistrados, funcionários e público em geral.
Eventos realizados
Em dezembro do ano passado, além dos eventos já divulgados no site do Tribunal de Justiça, outras comarcas também promoveram apresentações culturais de final de ano, além de ações sociais. Em Fernandópolis, aconteceu, no último dia 18, apresentação do grupo musical “Os sonhadores”, que contou com a participação de magistrados e servidores.
No mesmo dia, a comarca de Piracicaba promoveu culto ecumênico e apresentação do Coral do Fórum de Piracicaba e do Coral Tremendas Vozes, da Associação Colibri (de atenção aos doentes de Parkinson), regidos pela maestrina Hilara Crestana. Também realizaram a entrega dos presentes da “Árvore Solidária”. No projeto, filhos e netos dos funcionários da limpeza e da segurança do prédio escreveram cartinhas de Natal com seus pedidos, que foram colocadas na árvore. Ao longo do mês de dezembro, funcionários, advogados e juízes escolheram as mensagens e atenderam aos pedidos.
Comunicação Social TJSP – GA (texto) / divulgação (fotos)
CORAL DO FÓRUM DE SÃO CARLOS PROMOVE APRESENTAÇÃO NA SANTA CASA
A tristeza de crianças e adultos internados na Santa Casa de São Carlos foi amenizada, às vésperas do Natal, com a apresentação do Coral do Fórum. No último dia 19, sob a regência de Flávia Bombonato, que presta trabalho voluntário ao Judiciário, o grupo composto por escreventes, oficiais de justiça e um juiz aposentado se apresentou por todos os corredores do hospital e maternidade, durante quase três horas.
O evento foi marcado pela emoção. Alguns pacientes não conseguiram conter as lágrimas e outros solicitaram que o grupo entrasse nos quartos. O canto chegou, até mesmo, nas salas de hemodiálise e de transfusão de sangue, para alegrar aqueles que faziam o tratamento.
Segundo o juiz diretor do Fórum de São Carlos, André Luiz de Macedo, a harmonia e a alegria de cantar em conjunto contagiou o ambiente. “Os próprios cantores se emocionaram e viram a importância da música para aqueles que estavam fragilizados pela doença. Um Natal bem diferente para a nossa história na comarca, um Natal melhor. Uma nova experiência para todos! Estive lá e posso dizer que era impossível não se emocionar”, relata o juiz.
Comunicação Social TJSP – LV (texto) / Comarca de São Carlos (fotos)
CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA CRIA NÚCLEO DE MONITORAMENTO DE PERFIS DE DEMANDAS
Iniciativa visa centralizar recebimento de denúncias por práticas fraudulentas reiteradas
Atenta às constantes mudanças no sistema de Justiça e para buscar o aperfeiçoamento da qualidade e produtividade dos serviços prestados, bem como a responsabilidade na gestão da informação e do conhecimento, a Corregedoria Geral da Justiça (CGJ) criou o Núcleo de Monitoramento dos Perfis de Demandas da Corregedoria Geral da Justiça – Numopede.
Segundo o corregedor-geral da Justiça, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, considerando que novos fenômenos processuais como as demandas repetitivas, a litigiosidade em massa e grandes litigantes impactam diretamente na organização e qualidade dos serviços prestados pelas unidades judiciais e que a CGJ recebe de forma difusa e descentralizada denúncias por parte de magistrados, advogados, partes e servidores quanto a práticas fraudulentas reiteradas de litigantes em processos judiciais e que são conduzidos por meio de expedientes descentralizados e independentes, mostra-se adequada a centralização de informações sobre distribuição de ações, perfis de demandas e práticas fraudulentas reiteradas, a permitir melhor conhecimento da realidade que permeia a realização de trabalhos pelas unidades judiciais e, consequentemente, a seleção das melhores estratégias para enfrentar os respectivos problemas e, ainda, centralizar tais informações como mecanismo para potencializar sua divulgação a toda comunidade jurídica.
O Numopede será composto por juízes assessores da Corregedoria e investigará:
• as principais classes e assuntos de ações distribuídas por unidade/foro ou comarca, para tentar identificar eventuais demandas repetitivas, disponibilizando as informações aos magistrados para permitir que possam suscitar incidente de resolução de demanda repetitiva ou também os conflitos que estão sendo submetidos ao Poder Judiciário e eventuais mecanismos alternativos para sua composição (como por exemplo mutirões de conciliação, tentativas de mediação pré- processual);
• as principais partes litigantes, incluindo seus patronos por unidade/foro ou comarca, para tentar identificar possibilidades para aprimoramento do peticionamento eletrônico ou para melhor dimensionar na organização da unidade as estratégias para enfrentar o impacto das ações a que estão adstritos;
• práticas/situações repetitivas em demandas de massas ou repetitivas que impactem na organização ou nos trabalhos realizados pelas unidades judiciais.
O monitoramento do grupo, que será constante e permanente, será realizado mediante solicitação trimestral de informações extraídas do banco de dados do Sistema de Automação da Justiça (SAJ) e também por meio de informações fornecidas por magistrados pelo e-mail numopede@tjsp.jus.br, preservando-se a identidade dos juízes informantes. Em razão do grande número de unidades judiciais, as primeiras análises serão concentradas sobre perfis de demandas na Capital.
Os trabalhos desenvolvidos pelo núcleo serão condensados em relatórios mensais ou bimestrais e, se conveniente compartilhar com os magistrados de imediato, as informações até então apuradas e eventuais medidas adotadas serão enviadas por e-mail ou disponibilizadas em aba própria do site da Corregedoria Geral da Justiça.
O núcleo consiste em mais uma vertente do projeto Pensando o Primeiro Grau, desenvolvido pela Corregedoria Geral da Justiça e que pretende orientar a gestão das unidades sob os vetores da eficiência e efetividade.
Corregedoria Itinerante realiza palestra sobre Código de Ética na OAB de Tocantins
Palmas – O projeto Corregedoria Itinerante, do Conselho Federal da OAB, participou nesta quinta-feira (1º) de atividades na Seccional de Tocantins. Com a presença do secretário-geral adjunto da Ordem, Ibaneis Rocha, e dos corregedores-adjuntos Erik Franklin Bezerra e Elton Sadi Fulber, foi ministrada a palestra “Principais atualizações do Novo Código de Ética e Disciplina”, que abordou temas como a cobrança de honorários, o uso de redes sociais e o processo ético.
“É muito importante que este auditório, que tem a maioria composta por jovens, tenha a oportunidade de conhecer as regras que regem a boa advocacia”, disse a secretária-geral adjunta e corregedora da OAB-TO, Graziela Reis, ao abrir o evento.
O CFOAB tem orientado as seccionais a fazer visitas nos grandes escritórios para a regularidade da contratação por correspondência, respeitando a tabela de honorários local. “Tem que haver uma valorização da advocacia, e essa valorização começa por nós. Não podemos nos sujeitar a honorários baixos em prol de volume. Você pode pegar vários clientes, mas o colega, não. Este colega vai sofrer com o aviltamento dos honorários. Tem que haver uma relação de dignidade com o colega”, explica o corregedor-adjunto da CFOAB Erik Franklin Bezerra.
“Hoje temos a facilidade de falar sobre nossos serviços nas redes sociais e conversar sobre nosso trabalho pelo celular, mas há que se observar as regras para que estes espaços não transformem a advocacia em um produto”, explicou o corregedor-adjunto da CFOAB Elton Sadi Fulber, ao explicar as regras da publicidade na advocacia, mostrando exemplos práticos do que pode e o que não pode ser usado, tanto nas redes sociais como em peças simples, como um cartão de visitas.
Ao final da palestra, o secretário-geral adjunto e corregedor da CFOAB, Ibaneis Rocha, falou sobre o resultado do julgamento de ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra o aumento do IPTU de Palmas, com argumentos similares aos dados pela OAB-TO. “O resultado do julgamento mostra o trabalho ativo da OAB-TO em prol da sociedade, além de ser a melhor resposta ao prefeito Carlos Amastha que foi a público atacar a Ordem e o presidente Walter Ohofugi”, comemorou Ibaneis.
Em vigor desde setembro de 2016, o CED é fruto da Resolução n. 02/2015 do CFOAB e foi elaborado ao longo de três anos, trazendo inovações como a advocacia pro bono, permissão de publicidade de caráter informativo dos serviços por meios eletrônicos, como redes sociais, além do estímulo aos meios extrajudiciais de resolução de conflitos, entre outros. A ação visa esclarecer a advocacia sobre as atualizações do novo Código de Ética e Disciplina (CED).
CORREGEDORIA PROMOVE DEBATE SOBRE AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA EM CRIMES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Preocupado com o impacto da realização de audiências de custódia nos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, o corregedor-geral da Justiça, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, convidou magistrados responsáveis pelas varas especializadas de Violência Doméstica no Estado de São Paulo para um encontro, realizado na manhã da última sexta-feira (17), no Fórum João Mendes Júnior. O objetivo da reunião, promovida após um mês do início das audiências de custódia relativas à matéria e da qual participaram também magistradas integrantes da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Comesp), foi diagnosticar os resultados dessa medida no cotidiano das varas, considerando os perfis diferenciados da vítima e do agressor em relação aos demais crimes.
As audiências de custódia de pessoas presas em flagrante por crimes cometidos na Capital são realizadas em estrutura montada no Fórum Criminal da Barra Funda, inclusive para os delitos relacionados à violência doméstica. Durante o encontro, foram discutidas possíveis medidas para que as audiências de custódia que envolvam esses crimes sejam realizadas de forma específica, atendendo às peculiaridades desse tipo de delito. Também foram tratadas outras medidas que podem auxiliar na prevenção e diminuição das ocorrências, como, por exemplo, a necessidade de acompanhamento social e psicológico dos envolvidos. Algumas medidas sugeridas serão tomadas imediatamente e outras serão estudadas e debatidas em novas reuniões – ainda a ser designadas – para verificar a viabilidade de implantação (ver box). A Corregedoria Geral da Justiça, por meio de seus juízes assessores, reforçou a preocupação com o tratamento específico da violência doméstica e a necessidade de implementação de medidas que atendam a esse objetivo, inclusive nas audiências de custódia. “O corregedor-geral da Justiça sabe do belo trabalho exercido por todos os presentes nesta reunião no tratamento específico dos crimes de violência doméstica e, justamente por isso, preocupado com o impacto da realização de audiências de custódia nos crimes desta natureza, deseja ouvi-los, para que juntos possamos traçar o melhor caminho”, afirmou a juíza assessora da CGJ, Renata Mota Maciel Madeira Dezem.
Estiveram presentes as integrantes da Comesp desembargadoras Angélica de Maria Mello de Almeida (coordenadora) e Maria de Lourdes Rachid Vaz de Almeida (vice-coordenadora) e as juízas Maria Domitila Prado Manssur, Elaine Cristina Monteiro Cavalcante e Teresa Cristina Cabral Santana Rodrigues dos Santos; os juízes assessores da CGJ Renata Mota Maciel Madeira Dezem, Leandro Galluzzi dos Santos e Maria de Fátima dos Santos Gomes Muniz de Oliveira; as magistradas Ana Paula Gomes Galvão Vieira de Moraes (Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – Região Sul 2), Andrea Coppola Brião (Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – Região Sul 1), Erica Marcelino Cruz (Vara Criminal de Suzano), Andreza Maria Arnoni (Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – Região Sul 1), Maria Regina Gaspar (Vara da Violencia Domestica Norte), Camila de Jesus Mello Gonçalves (Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Região Norte), Cláudia Felix de Lima (Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Região Leste 1), Marcia Faria Mathey Loureiro (Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da comarca de São José dos Campos) e Tatiane Moreira Lima (Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Região Oeste); e os juízes Caio Moscariello Rodrigues (Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Região Leste), Fernando Augusto Andrade Conceição (Anexo de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da comarca de Suzano), Hugo Leandro Maranzano (Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da comarca de Sorocaba), Antonio Maria Patiño Zorz (coordenador do Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária – DIPO)
Audiência de custódia – Implantada no Tribunal de Justiça de São Paulo em 24 de janeiro de 2015, a iniciativa prevê a apresentação ao juiz, no prazo máximo de 24 horas, de pessoas presas em flagrante. Além do juiz, participam também o promotor de Justiça e o defensor público ou o advogado do preso, que têm contato prévio com o detido. Na audiência, os presos são informados pelo magistrado sobre a possibilidade de não responderem às perguntas formuladas e questionados sobre sua qualificação, condições pessoais e as circunstâncias objetivas de sua prisão. Após a manifestação das partes, defensor e promotor, o juiz decide se o acusado responderá ao processo preso, em liberdade ou se será encaminhado para acompanhamento assistencial. Existe ainda a possibilidade de o magistrado requerer exame de corpo de delito, caso ache necessário para apurar eventuais abusos cometidos contra o preso.
Assuntos deliberados
1. Os presentes foram uníssonos em afirmar que a solução que vem sendo dada nas audiências de custódia nos casos de crimes de violência doméstica vai ao encontro do tratamento dado nas varas especializadas, sobretudo quanto às decisões de manutenção das prisões ou soltura, tendo, inclusive, tornada mais eficiente e rápida a remessa dos flagrantes e a concessão das medidas protetivas;
2. É necessário aprimorar o tratamento nos casos de violência doméstica e audiência de custódia (contando, por exemplo, com a colaboração do Centro de Referência e Apoio à Vítima – Cravi – para promover palestras com o agressor e encaminhamento a serviços de apoio), além de capacitação em gênero dos juízes que atuam na custódia e formalização de protocolo mínimo para o procedimento, com a devida admoestação do agressor que será solto;
3. Estudar uma solução para intimação da vítima antes da soltura do agressor;
4. É necessário manter preferência absoluta na redistribuição dos flagrantes nos casos de violência doméstica, o que já vem sendo feito desde que iniciada a audiência de custódia nesse tipo de crime, conforme afirmou o juiz coordenador do Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária – Dipo, Antonio Maria Patiño Zorz;
5. Foram sugeridas, ainda, futuras conversas sobre o projeto de lei que inclui a admoestação ao agressor que não é preso, além da utilização de um aplicativo de celular para casos de violência doméstica e a necessidade de manter contato com a Polícia Civil para aprimorar os flagrantes quanto à descrição das lesões das vítimas, bem como a indicação do endereço da Defensoria Pública para ser entregue às ofendidas e reanalisar o Provimento nº 32./00.
CPFL ENERGIA ADERE AO PROGRAMA ‘EMPRESA AMIGA DA JUSTIÇA’
O projeto Empresa Amiga da Justiça ganhou mais uma adesão: a CPFL Energia. Em acordo firmado ontem (1º), no Gabinete da Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, o grupo do setor elétrico assumiu o compromisso de reduzir em 5% o número de novos processos judiciais, fortalecendo os acordos para resolução de possíveis conflitos. A adesão engloba as 23 empresas do grupo.
O presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini, falou sobre sua satisfação em contar com mais um parceiro no projeto. “Passei os dois anos de minha gestão ‘pregando’ a importância da conciliação. As empresas, de um modo geral, também precisam repensar como será o relacionamento com o cliente”, disse.
O vice-presidente Jurídico e de Relações Institucionais da CPFL, Luiz Eduardo Froés do Amaral Osório, contou que a empresa vem trabalhando para aprimorar o diálogo com o cliente. “Esse é mais um passo. Agora assumimos um compromisso público e muito nos honra participar desse projeto”, destacou.
Também estavam presentes o diretor jurídico da CPFL, Fábio Fernandes Medeiros; os coordenadores jurídicos da empresa Graziela Machado e David da Silva; e o diretor da Secretaria da Presidência do TJSP, Wilson Levy Braga da Silva Neto.
O projeto
No Empresa Amiga da Justiça, as instituições que aderem voluntariamente à iniciativa assumem o compromisso de diminuir o número de novas ações que chegam ao Judiciário e/ou os estoques.
Os parceiros recebem a certificação “Parceira do Programa Empresa Amiga da Justiça” – um selo estilizado que pode ser usado em campanhas publicitárias, informes aos acionistas e publicações das empresas. No fim de cada ano, em cerimônia pública, o TJSP entrega o “Prêmio Empresa Amiga da Justiça” para a companhia com melhor desempenho em cada setor de atividade.
Já participam Tam Linhas Aéreas, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC, Banco Votorantim, Banco Volkswagen, BNP Paribas, Febraban, Abrarec, Mercado Livre, Grupo Segurador BB e Mapfre, G100, Secovi-SP e Sabesp.
Mais informações na página do projeto.
Comunicação Social TJSP – CA (texto) / RL (fotos) / MC (arte)
CPP E CJM IMPLANTAM PROCESSO DIGITAL
A partir de amanhã (26), entra em funcionamento o processamento exclusivamente digital dos feitos tramitados na Comissão Processante Permanente e Comissão Julgadora de Multas, subordinadas à Vice-Presidência do Tribunal de Justiça. A implantação atende ao planejamento estratégico do TJSP, aprovado pelo Órgão Especial por meio da Resolução nº 706/15, com relação à meta de virtualizar todos os processos administrativos até 2020 (meta 6.6).
O processo digital possibilitará, também, aos servidores e seus defensores, a consulta e o peticionamento eletrônico para seus processos.
A Comissão Processante Permanente e a Comissão Julgadora de Multas são responsáveis pela tramitação de todos os feitos administrativo-disciplinares dos servidores lotados em secretarias do Tribunal de Justiça.
Comunicação Social TJSP
CSM APROVA PROVIMENTO SOBRE GUARDA DE ARMAS APREENDIDAS
O Conselho Superior da Magistratura (CSM) aprovou, com base nos estudos elaborados pelo desembargador Edison Aparecido Brandão, presidente da Comissão de Segurança Pessoal e Defesa das Prerrogativas dos Magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo, o ProvimentoCSM 2.345/2016, publicado no Diário da Justiça Eletrônico de hoje (23). A decisão, unânime, foi tomada na última terça-feira (21).
O provimento extingue a permanência de armas apreendidas nas dependências das unidades judiciárias e determina que aquelas que acompanharem inquéritos policiais, termos circunstanciados ou procedimentos de apuração de ato infracional permaneçam em depósito junto à autoridade policial ou nas dependências do órgão encarregado de realizar o exame necessário. O provimento entra em vigor em 90 dias da sua publicação.
DAS BOLINHAS AO DIGITAL – A LENDA VIVA DA DISTRIBUIÇÃO DO FJMJ
Mais de 40 anos dedicados ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Muitos juízes, advogados e servidores nem nascidos eram quando Luiz Osório Gomes de Lima ingressou na família forense. Seis anos depois começou no setor de Distribuição de Iniciais do Fórum João Mendes Jr, onde permanece até hoje. Luiz, Osório, Luizão, o barba ou Zozó (para os familiares) busca sempre atender com alegria os que procuram a Justiça e, como ele costuma dizer: “atendimento do Distribuidor é de 1º mundo”. Luiz é o homenageado deste mês pelo Projeto Jus_Social.
Nascido em 31/12/52, estava com 20 anos incompletos quando, em 1972, começou no Tribunal de Justiça. O sangue forense já corria em suas veias, pois os pais (in memoriam) eram servidores: Leonidas Alves de Lima, oficial de Justiça, e Lezuita Gomes da Rocha, contínuo-porteiro, atual agente administrativo.
A família e o TJSP – Foi também dentro do ambiente forense, no dia da posse como escrevente, que conheceu Vilma Viana que, por força do destino, foi trabalhar junto com a D. Lezuita. No início, ela nem queria vê-lo, mas acabou se tornando sua esposa e mãe dos seus filhos Deborah Regina e Luiz Felipe. Osório é avô de Henrico (6) e de Liz (três meses). Os laços com o Judiciário prosseguem com seus irmãos; alguns não são de sangue, e sim, de coração: Vera, Rosana e Paulo Venâncio são servidores; José e Léo são procuradores e Arlete, Leonardo e Maria seguiram em outras áreas.
Os últimos 40 anos – Luiz conta com propriedade sobre a trajetória do recebimento e distribuição de iniciais nos anos. A competência jurisdicional era dividida entre o fórum central e as varas distritais, hoje foros regionais. O pedido era recebido e era feita a distribuição a uma das varas do FJMJ. Bolinhas estampadas com a numeração das varas eram colocadas dentro de um globo, semelhante ao de loteria. Girava-se o globo e a esfera que caísse era a vara que receberia a inicial para o prosseguimento do feito. A tarefa, realizada pelo diretor do Setor da Distribuição, era acompanhado pelo juiz responsável. Havia um livro onde eram anotados os nomes das partes, a ação, valor da causa e demais dados necessários.
O setor de distribuição também era responsável pela redistribuição de processos vindos da Justiça Federal e de outras comarcas e foros regionais. Os dados, tanto da distribuição como da redistribuição, eram anotados em fichas, posteriormente arquivadas. Por meio delas se fazia a pesquisa manual e gerava a certidão. O número de protocolo era feito por uma espécie de datador. Osório iniciou no TJ como contínuo-porteiro, para passar para escrevente teve que fazer a prova de datilografia em um prédio na Quintino Bocaiúva. “Era muito rápido para datilografar, mas na hora da avaliação dava desespero pelo barulho de umas 100 máquinas trabalhando ao mesmo tempo, parecendo metralhadoras. Às vezes, o dedinho escorregava e enroscava entre as teclas. Tomei ‘pau’ em algumas provas”, conta.
Rememoração – Ele também falou sobre o advento da era digital no FJMJ e das saudosas Olivetti Lexikon 80, Remington e Olímpia. Lembrou que havia o setor de mecanografia com artifícios especializados no conserto dessas máquinas. Quando surgiram as elétricas foram disponibilizadas para as salas de magistrados e, gradualmente, aos demais setores. Naquela época não havia o 13º salário e, em dezembro, o TJ adiantava o pagamento de janeiro. “O início do ano era mês de sofrimento, a gente gastava nas festas e, em janeiro, passava fome”, brinca.
Outro fato lembrado era a distância entre magistrado e diretor de departamento em relação aos funcionários. “Quando eles entravam, os servidores se levantavam em respeito.” Ele recordou que não havia mulher na Magistratura e era proibido mulher entrar de calça comprida nas dependências forenses. “Todos os funcionários tinham que trabalham de gravata e não podiam sair no corredor sem terno.”
Muitos casos – “Aprendi muito, principalmente, com o povo mais humilde, pessoas que vinham diretamente no balcão pedir informação, muitas delas nunca haviam entrado em um fórum, e eu as levava até o setor correto.” Por esse lado solícito, conta que foi mal interpretado. “Certa vez vi uma senhora sentada no corredor bordando toalhas. Dona Gilmar veio da Bahia para verificar um pedido de pensão alimentícia e bordava para vender e arrecadar o dinheiro para retornar, pois só tinha o da vinda.” Comovido, deu a ela algum dinheiro e foi até o juiz para conversar sobre o caso. O magistrado interpretou que ele estaria ganhando algo por isso, mas Luiz disse que a senhora estava do lado de fora, chorando, querendo falar com ele e solicitou que o magistrado a atendesse. Depois de recebida, o mal entendido e o caso foram solucionados. Anos depois ela veio a São Paulo e o apresentou a sua filha dizendo que era seu anjo da guarda e o quanto era grata pela atenção naquele momento em que tanto necessitava. A amizade entre as duas famílias permanece até hoje.
Com a voz tomada pela emoção, Luiz diz que serão eternas as recordações que terá do Tribunal. “As amizades com advogados e funcionários. Vários juízes corregedores passaram por aqui e com cordialidade e bom relacionamento na execução do trabalho. Entre eles, os desembargadores James Alberto Siano e Márcio Martins Bonilha Filho, que tenho muito apreço. Atualmente, estamos sob a administração da juíza Vanessa Ribeiro Mateus, da 8ª Vara Cível, pessoa de fino trato, que propicia excelente entrosamento.
Uma vida dentro do Judiciário – De atividade forense, Luiz Osório soma 43 anos, o que representa cerca de 520 meses ou 15.480 dias, ou mais de 120 mil horas. Em tanto tempo, há muitas histórias… Tem gente que até diz que seu busto deveria estar no saguão ao lado do patrono. Certa vez, um oficial de Justiça federal, ao levar processo para ser redistribuído, brincou dizendo que ele era uma lenda viva do Distribuidor, pois na sua aula de pós-graduação o professor citou o Luiz Osório como funcionário exemplar que trabalhava no Setor de Distribuição do FJMJ. Há alguns anos, realizou um atendimento como qualquer outro e depois a moça voltou e lhe deu um bilhete com agradecimentos que ele guarda carinhosamente. Em outra passagem, no balcão, um advogado insistia que a inicial dele fosse ali recebida e não em FR de Santo Amaro, que seria o local da competência territorial. Com grosseria, disse ao Luiz que ele não era o juiz para decidir, que deveria receber e pronto! Ele não se estressou… Apenas respondeu que só não era juiz por conta de uma letra, pois a mãe dele o registrou como Luiz. Se fosse um J, seria juiz. Falando em competência, antes inexistia sistema informatizado para localizar o endereço e do fórum competente. Tudo era feito na base do ‘olhometro’ e lupa analisando o mapa gigante afixado na parede com a demarcação da região pertencente ao fórum central e a todos os regionais.
Para administrar o maior distribuidor do mundo, Luiz assegura que o fator primordial é o trabalho em equipe. “Não administro sozinho e sim com a equipe de servidores. Cada pessoa em sua função e naquilo que gosta de fazer, a divisão das tarefas é de acordo com a aptidão. Estão aqui há muito, não atuo como diretor, mas como colega de trabalho. É aqui que passamos maior parte de nossas vidas. Considero-os uma família e não um grupo de funcionários.” Para ele, todos são iguais. “O cargo é apenas um plus, momento passageiro.” Mesmo com tantos anos na chefia, nunca quis trocar a funcional para sempre se lembrar que é escrevente-técnico. “Faço todos os serviços que são necessários, se precisar levar processos nos cartórios faço isso também. Acredito que temos missões a cumprir. Fui colocado no cargo para resolver, essa é a minha função, busco ser prático para resolver as questões. Sou contra a burocracia e, para não atravancar os processos, na época dos processos físicos, sempre subi para falar diretamente com o magistrado ou servidor do cartório para resolver a pendência, evitando juntar mais papéis nos autos.”
Por ser o distribuidor do João Mendes o maior da América Latina os fóruns do interior e do litoral, bem como os regionais, o têm como referência. “Sempre que há dúvidas, ligam para cá e pedem orientação. O distribuidor do FJMJ é uma espécie de pai de todos por estar perto da sede do Poder Judiciário e por ser o maior”, declara.
A distribuição, que era manual, desde o final do ano passado se tornou 100% digital. Com isso, o setor está passando por reestruturação e o protocolo o absorverá. O maior distribuidor ficará na história do Judiciário Bandeirante e na memória de todos aqueles que ali passaram.
Grande amor – O amor pelo Judiciário exala do coração de Luiz Osório. “Sou muito grato ao Tribunal. Queria ter imensos braços para abraçar o Fórum João Mendes e agradecê-lo por tudo, pelo meu crescimento pessoal e profissional. Impossível o nominar as pessoas que passaram na minha vida e me ajudaram durante esses anos todos.” Como mensagem deixa agradecimentos a Deus e aos amigos do TJSP.
Projeto Jus_Social – Este texto faz parte do Projeto Jus_Social, implementado em março de 2011. Consiste na publicação no site do TJSP, sempre no dia 1º(*) de cada mês, de um texto diferente do padrão técnico-jurídico-institucional. São histórias de vida, habilidades, curiosidades, exemplos de experiências que pautam as notícias publicadas sobre aqueles que, de alguma forma, realizam atividades que se destacam entre servidores ou magistrados. Pode ser no esporte, em campanhas sociais, no trabalho diário, enfim qualquer atividade ou ação que os diferencie. Com isso, anônimos ganham vida. Com o Projeto Jus_Social, o Tribunal de Justiça de São Paulo ganhou o X Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça 2012 (categoria Endomarketing). (*) Excepcionalmente, em janeiro é publicado no 1º dia após o recesso
DEFICIENTE VISUAL TEM DIREITO A COMPRAR VEÍCULO COM ISENÇÃO TRIBUTÁRIA
A Vara da Fazenda Pública de Praia Grande acolheu pedido de uma deficiente visual para declarar seu direito à isenção de ICMS e IPVA na aquisição de um veículo. A autora alegou que precisa de um carro para suprir suas necessidades de transporte, mas a Fazenda Estadual afirmou que a isenção não poderia ser concedida porque não haveria previsão legal, já que o benefício é previsto somente para condutores deficientes e, no caso, o carro seria conduzido por seu esposo.
O juiz Rodrigo Martins Faria destacou em sua decisão que a norma não afasta o direito daquele sem condições físicas de dirigir. “Friso que a razão de ser da isenção legal em relação ao IPVA e ao ICMS está no ensejar melhores condições de integração do deficiente físico e maior disponibilidade financeira para fins de tratar-se segundo as necessidades determinadas por sua especial condição, se houver.”
O magistrado completou: “Por óbvio que há merecer ainda maior atenção o portador de deficiência que, pela acentuada gravidade de sua patologia, nem mesmo se encontra capaz de conduzir o próprio veículo”.
Cabe recurso da decisão.
Processo nº 1004551-11.2015.8.26.0477